O número de pedidos de seguro-desemprego no Brasil atingiu, em 2024, o maior patamar dos últimos oito anos. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, foram registradas 7,44 milhões de solicitações ao longo do ano.
O volume representa um crescimento de 4% em relação a 2023, quando houve 7,16 milhões de pedidos. O índice de 2024 também superou os registros da pandemia de Covid-19 e é o maior desde 2016, quando foram contabilizados 7,56 milhões de requerimentos.
Durante a crise sanitária, em 2020, foram 6,78 milhões de solicitações do benefício. Nos anos seguintes, os números oscilaram: 6 milhões em 2021 e 6,68 milhões em 2022.
Segundo o Ministério do Trabalho, o aumento nos pedidos de seguro-desemprego reflete a movimentação do mercado formal, uma vez que, com mais trabalhadores com carteira assinada, cresce a rotatividade e, consequentemente, o número de demissões sem justa causa.
Em 2024, a taxa anual de desocupação foi de 6,6%, com 7,4 milhões de brasileiros desempregados — 1,1 milhão a menos do que em 2023. Já a informalidade caiu de 39,2% para 39% no período.
Como funciona o seguro-desemprego?
O seguro-desemprego é um benefício destinado a trabalhadores formais demitidos sem justa causa e sem outra fonte de renda. O pagamento varia entre três e cinco parcelas, com valores entre R$ 1.518 e R$ 2.424,11, conforme o tempo de trabalho registrado na carteira.
O valor do benefício não pode ser inferior ao salário mínimo vigente, que em 2025 está fixado em R$ 1.518. Trabalhadores com salário médio acima de R$ 3.564,96 recebem o teto do seguro-desemprego, estabelecido em R$ 2.424,11.
A quantidade de parcelas pagas varia de acordo com o tempo de serviço:
• 3 parcelas para quem trabalhou pelo menos seis meses com carteira assinada;
• 4 parcelas para quem comprovar entre 12 e 23 meses de trabalho;
• 5 parcelas para trabalhadores com mais de 24 meses de vínculo antes da demissão.
Quem tem direito ao seguro-desemprego?
Para ter acesso ao benefício, o trabalhador deve atender aos seguintes critérios:
• Ter sido dispensado sem justa causa;
• Estar desempregado no momento do requerimento;
• Ter recebido salários de pessoa jurídica ou física equiparada à jurídica (inscrita no CEI);
• Ter trabalhado com carteira assinada por pelo menos:
• 12 meses nos últimos 18 meses antes da dispensa (para a primeira solicitação);
• 9 meses nos últimos 12 meses antes da dispensa (para a segunda solicitação);
• 6 meses imediatamente anteriores à dispensa (para as demais solicitações);
• Não possuir outra fonte de renda;
• Não estar recebendo benefício previdenciário, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
Como solicitar o seguro-desemprego?
O pedido pode ser feito presencialmente nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs) e unidades do Sistema Nacional de Emprego (SINE), além de plataformas digitais como o Portal Gov.br e o aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
