A Operação Mensageiro, em sua quarta fase, obteve mais uma condenação em primeira instância. A sentença, proferida nesta quinta-feira (24), condenou o ex-prefeito de Corupá e seis empresários ligados ao núcleo da organização investigada. O julgamento ocorreu na Comarca de Jaraguá do Sul. Até o momento, a operação já gerou outras três condenações, incluindo duas em segunda instância e uma na Comarca de Laguna.

O ex-prefeito foi sentenciado a 35 anos de reclusão por corrupção passiva (em seis ocasiões) e a mais 6 anos e 1 mês por participação em organização criminosa, totalizando 41 anos e 1 mês de prisão. Ele também foi proibido de exercer cargos públicos por 8 anos e deverá restituir ao município de Corupá o valor de R$ 519 mil, obtido através dos crimes.
A condenação é resultado de investigações conduzidas pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (GEAC), em colaboração com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Durante o processo, o ex-prefeito renunciou ao cargo, perdendo o foro privilegiado, o que levou a ação para a primeira instância, onde foi julgada.
Além do ex-prefeito, os empresários foram condenados por corrupção ativa, com penas variando entre 8 e 13 anos de prisão. Segundo a sentença, o Ministério Público provou que o então prefeito fazia parte de uma organização criminosa desde 2020, até ser preso preventivamente em abril de 2023. Ele teria recebido propinas, negligenciado funções e favorecido ilegalidades em licitações, beneficiando-se pessoalmente de esquemas de monopólio nos setores de coleta de lixo, abastecimento de água, saneamento e iluminação pública.
Sobre a Operação Mensageiro
A Operação Mensageiro, que está em sua quinta fase, investiga fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro em diversos setores de serviço público em Santa Catarina. Lançada em dezembro de 2022, a operação tem envolvido uma força-tarefa designada pela Procuradoria-Geral de Justiça desde junho de 2023, em resposta ao crescente volume de casos. A equipe é responsável por aprofundar as investigações, ouvir envolvidos, propor novas ações penais e acompanhar recursos em tribunais superiores.