O senador Sergio Moro (União-PR) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (28), o fato de o governo federal não ter se manifestado sobre a atual situação da Rússia e as atitudes tomadas pelo governo do país. O parlamentar citou o caso de Oleg Orlov, dissidente russo e defensor dos direitos humanos que foi condenado, na terça-feira (27), a dois anos e meio de prisão por fazer críticas à guerra na Ucrânia. Segundo Moro, 15 diplomatas de países democráticos estavam no julgamento para prestar solidariedade a Orlov.
— Não ouvimos nada do governo Lula, não ouvimos nada da diplomacia presencial. Aliás, quando ouvimos algo da diplomacia presidencial, é algo que nos envergonha, como foi a equiparação da guerra de Israel contra o Hamas com o Holocausto. Não defendo aqui que nós rompamos relações com a Rússia nem que ingressemos num conflito bélico a milhares de quilômetros de nós. Mas nenhuma palavra? — questionou.
Moro também criticou declaração do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após a morte de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que morreu em uma colônia penal no Ártico em 16 de fevereiro. Segundo o parlamentar, a fala de Lula (que disse ser preciso aguardar investigações antes de levantar suspeitas) foi “absolutamente infeliz”.
Para o senador, o Brasil vive um “silêncio absoluto” em relação a violações aos direitos humanos cometidas pela Rússia, com um distanciamento cada vez maior em relação às democracias ocidentais.
— Hoje a gente vê o Brasil, na política externa, adotando um comportamento absolutamente injustificável. Será que isso não significa também um risco de contaminação da nossa política interna, na mesma direção em que a gente está internacionalmente?
Fonte: Agência Senado